Princesa x Inter: orçamento colorado é maior até mesmo que o da prefeitura de Manacapuru

Por: Leandro Behs
Foto: Cleberson Silva / Chapeconse F.C 

Princesa do Solimões e Inter é um confronto de realidades tão distantes como os 4,7 mil quilômetros que separam Manacapuru de Porto Alegre. Por isso uma vitória colorada na estreia da Copa do Brasil, hoje, em Cascavel, é o resultado lógico. A eliminação, porém, seria uma zebra de proporções africanas.

Ainda que em tempos de crise, com as consequências do rebaixamento à Série B, a previsão orçamentária colorada para 2017 é de R$ 332 milhões. A do Princesa do Solimões, pode chegar a R$ 1,08 milhão, caso o clube tenha sucesso em suas competições ao longo do ano. A previsão orçamentária do município de Manacapuru-AM (a cidade do Princesa, que por sinal é apelidada de "Princesinha do Solimões", por ser banhada pelo rio Solimões), por exemplo, é de R$ 149 milhões. Ou apenas 44,8% do que os colorados projetam arrecadar no ano.

— Nossa cidade é pequena, mas orgulhosa. O Princesa do Solimões ganhou notoriedade ao jogar contra o Santos, em 2014, na Copa do Brasil. Agora, contra o Inter. Tudo contribui para a divulgação do município — afirma Beto Dângelo, 42 anos, prefeito de Manacapuru.

Com 95 mil habitantes e uma economia baseada na extração de juta, na produção de mandioca e em exclusivos ecoresorts na floresta amazônica, Manacapuru sonha com a vaga à segunda fase da Copa do Brasil.

— Nossa cidade surgiu da tribo dos muras, índios guerreiros. Não amarelamos. Acredito que é possível vencer o Inter — aposta Dângelo.

Talvez no quesito sonho, o Princesa seja mais forte do que o Inter. Porque a diferença segue amazônica quando se comparam as folhas salarias. O teto do Princesa é de R$ 4 mil mensais – o salário de um juvenil em início de carreira no Beira-Rio. O meia-atacante Michell Parintins é o jogador que mais recebe no clube. No Inter, D'Alessandro segue na casa dos R$ 700 mil mensais (entre carteira de trabalho e direitos de imagem) e Anderson, afastado do elenco de Zago, com R$ 500 mil — na carteira.

O patrimônio de Inter e Princesa do Solimões também é incomparável. Enquanto o Beira-Rio foi reformado para sediar a Copa do Mundo de 2014, o clube de Manacapuru teve a sua sede sucateada, em virtude de uma disputa judicial, que já dura 10 anos.

— Um ex-presidente, que colocou dinheiro no clube, briga até hoje na Justiça para reaver o seu investimento. Com isso, a sede está subjudice e abandonada. Temos apenas um escritório no centro da cidade — lamenta Modesto Alexandre, atual presidente do clube, lembrando que o Princesa joga no estádio municipal.

Em número de sócios, outra vez, mundos diferentes. Enquanto o Inter espera romper a barreira dos 110 mil associados breve, o Princesa sonha começar em 2017 a campanha para sair de nenhum para 5 mil associados.

— Queremos nos afirmar como o principal time da Amazônia e, assim, construir um quadro social — diz Modesto.

O choque destes dois universos ocorrerá na noite dessa quarta-feira, em Cascavel, pela primeira rodada da Copa do Brasil.

* ZH Esportes
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